segunda-feira, 25 de julho de 2016

Educar para o Desenvolvimento Sustentável - É preciso educar as pessoas para tornar a busca pela sustentabilidade uma prática corrente e realidade palpável.




Educar para o Desenvolvimento Sustentável

Para se alcançar o objetivo de tornar as atividades econômicas sustentáveis, é fundamental modificar atitudes e o comportamento dos seres humanos. É necessário entender que progressos nesse sentido dependem, fundamentalmente, de educação e da sensibilidade dos cidadãos. Em virtude da percepção dos impactos socioambientais causados pelas ações humanas, o desenvolvimento socioeconômico sofre profunda renovação, surgem novos conceitos baseados no desenvolvimento humano e não nas contradições de um desenvolvimento meramente econômico. 

Esta nova concepção em que o mundo atual se baseia precisa, no entanto, precisa ser trabalhada constantemente no sentido de se consolidar, na sociedade e no cidadão, a nova maneira de ver o ambiente que os cerca e de se relacionar com ele. A isso chamamos educação ambiental. O desenvolvimento de um país não pode mais ser medido pelo crescimento do PIB, das Bolsas de Valores e de outros indicadores econômicos. Deve, sim, levar em conta outros índices como expectativa de vida, taxa de analfabetismo, a distribuição de renda e a forma como se dá o uso dos ecossistemas e dos recursos naturais. 

O crescimento econômico e o progresso tecnológico são fundamentais, no entanto, precisam acontecer em equilíbrio com o meio ambiente e com as populações. Torna-se necessário, portanto, redefinir uma gestão racional dos recursos naturais, repensar valores éticos de nossa sociedade e adotar uma estratégia de harmonização entre crescimento, meio ambiente e qualidade de vida.
Tudo isso deve ocorrer principalmente por meio de ações educativas, pois, embora já tenhamos um grande aparato legal ambiental, ele sozinho não é suficiente para tornar as ações humanas sustentáveis. A questão básica, portanto, é conhecer a capacidade da economia de se sustentar num dado nível de produção, mantendo determinado padrão de vida e utilizando de forma racional os recursos naturais. 

A partir desses dados, pode-se estabelecer a gestão adequada dos empreendimentos, dos processos e do uso dos recursos naturais. O processo de gerenciamento destinado a otimizar o uso dos recursos ambientais e, ao mesmo tempo, melhorar o padrão de vida não pode se restringir aos aspectos econômicos, mas deve alcançar também ao fator sócio-ambiental.

A construção desse novo paradigma torna obrigatório o estabelecimento de uma outra visão do que seja desenvolvimento. Deve-se consolidar uma nova forma de administrar o meio ambiente, buscando sempre melhorar a distribuição da renda. Só assim se conseguirá atingir as causas estruturais da degradação ambiental – a falta de educação, o lucro sem responsabilidades socioambientais, a pobreza e a desintegração social. 

Esses fatores são os maiores responsáveis pelas dificuldades de se estabelecer uma nova ordem socioeconômica sustentável, que tenha na preocupação socioambiental e na educação sua principal base de apoio

As políticas de proteção ambiental precisam priorizar os investimentos e o apoio às ações de educação ambiental, para que incorporem com maior celeridade o entendimento da necessidade de compatibilizar o desenvolvimento econômico, com a proteção ambiental e com o bem- estar das pessoas - o que é hoje o grande desafio da humanidade, desejo e meta de organismos e instituições nacionais e internacionais e de todos os governos e poderes. A educação ambiental para o desenvolvimento sustentável é uma ferramenta fundamental para se concretizarem conceitos que necessitam se transformar em hábitos e rotinas, processos e métodos de produzir, em prol de uma vida melhor para o cidadão. 

Todavia, tudo isso deve ser feito sem o imediatismo dos dias de hoje, sem que a busca por melhor qualidade de vida signifique destruir ou danificar os ecossistemas - o patrimônio indispensável para as gerações atuais e futuras. O que hoje chamamos de desenvolvimento sustentável ainda é apenas um conceito. É preciso educar as pessoas para torná-lo prática corrente e realidade palpável.


Publicado em     http://www.folhavitoria.com.br/site/?target=coluna&cid=9  em 28/05/2008 às 12h37 

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