Educar para o Desenvolvimento Sustentável
Para se
alcançar o objetivo de tornar as atividades econômicas sustentáveis, é
fundamental modificar atitudes e o comportamento dos seres humanos. É
necessário entender que progressos nesse sentido dependem, fundamentalmente, de
educação e da sensibilidade dos cidadãos. Em virtude da percepção dos impactos socioambientais
causados pelas ações humanas, o desenvolvimento socioeconômico sofre profunda
renovação, surgem novos conceitos baseados no desenvolvimento humano e não nas
contradições de um desenvolvimento meramente econômico.
Esta nova
concepção em que o mundo atual se baseia precisa, no entanto, precisa ser
trabalhada constantemente no sentido de se consolidar, na sociedade e no
cidadão, a nova maneira de ver o ambiente que os cerca e de se relacionar com
ele. A isso chamamos educação ambiental. O desenvolvimento de um país não pode
mais ser medido pelo crescimento do PIB, das Bolsas de Valores e de outros
indicadores econômicos. Deve, sim, levar em conta outros índices como
expectativa de vida, taxa de analfabetismo, a distribuição de renda e a forma
como se dá o uso dos ecossistemas e dos recursos naturais.
O
crescimento econômico e o progresso tecnológico são fundamentais, no entanto,
precisam acontecer em equilíbrio com o meio ambiente e com as populações.
Torna-se necessário, portanto, redefinir uma gestão racional dos recursos
naturais, repensar valores éticos de nossa sociedade e adotar uma estratégia de
harmonização entre crescimento, meio ambiente e qualidade de vida.
Tudo isso
deve ocorrer principalmente por meio de ações educativas, pois, embora já
tenhamos um grande aparato legal ambiental, ele sozinho não é suficiente para
tornar as ações humanas sustentáveis. A questão básica, portanto, é conhecer a
capacidade da economia de se sustentar num dado nível de produção, mantendo
determinado padrão de vida e utilizando de forma racional os recursos naturais.
A partir
desses dados, pode-se estabelecer a gestão adequada dos empreendimentos, dos
processos e do uso dos recursos naturais. O processo de gerenciamento destinado
a otimizar o uso dos recursos ambientais e, ao mesmo tempo, melhorar o padrão
de vida não pode se restringir aos aspectos econômicos, mas deve alcançar
também ao fator sócio-ambiental.
A
construção desse novo paradigma torna obrigatório o estabelecimento de uma
outra visão do que seja desenvolvimento. Deve-se consolidar uma nova forma de administrar
o meio ambiente, buscando sempre melhorar a distribuição da renda. Só assim se
conseguirá atingir as causas estruturais da degradação ambiental – a falta de
educação, o lucro sem responsabilidades socioambientais, a pobreza e a
desintegração social.
Esses
fatores são os maiores responsáveis pelas dificuldades de se estabelecer uma
nova ordem socioeconômica sustentável, que tenha na preocupação socioambiental e na educação sua principal base de apoio
As
políticas de proteção ambiental precisam priorizar os investimentos e o apoio
às ações de educação ambiental, para que incorporem com maior celeridade o
entendimento da necessidade de compatibilizar o desenvolvimento econômico, com
a proteção ambiental e com o bem- estar das pessoas - o que é hoje o grande
desafio da humanidade, desejo e meta de organismos e instituições nacionais e
internacionais e de todos os governos e poderes. A educação ambiental para o
desenvolvimento sustentável é uma ferramenta fundamental para se concretizarem
conceitos que necessitam se transformar em hábitos e rotinas, processos e
métodos de produzir, em prol de uma vida melhor para o cidadão.
Todavia,
tudo isso deve ser feito sem o imediatismo dos dias de hoje, sem que a busca
por melhor qualidade de vida signifique destruir ou danificar os ecossistemas -
o patrimônio indispensável para as gerações atuais e futuras. O que hoje
chamamos de desenvolvimento sustentável ainda é apenas um conceito. É preciso
educar as pessoas para torná-lo prática corrente e realidade palpável.
Publicado em http://www.folhavitoria.com.br/site/?target=coluna&cid=9 em 28/05/2008
às 12h37
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