Do plantio ao mercado: inovar é competitividade e lucratividade
O Brasil possui tecnologias avançadas
na área de florestas plantadas assim como conhecimento para fazer o manejo
sustentável de suas áreas de florestas naturais. Porém, a crise econômica,
iniciada em 2008, e a difícil retomada econômica atual, na Europa, EUA e Japão,
principalmente, vêm afetando, significativamente vários segmentos da cadeia
produtiva da indústria de base florestal. Em virtude desse quadro, cada etapa
do processo produtivo precisa ter um novo olhar e atenção redobrada, pois as
palavras de ordem são: reduzir custo, agregar valor e inovar, independente de
segmento se de carvão vegetal, celulose e papel, painéis de madeira industrializada,
madeira processada mecanicamente, e/ou setor moveleiro.
O efeito da crise causou no setor
florestal interrupção e redução de investimentos em florestas plantadas e em
novos processos industriais, o que reduziu o ritmo dos plantios, levou a aquisições
e fusões de empresas, redução de exportações, queda no nível de produção e
fechamento de empresas em alguns segmentos.
O momento, então, exige que as organizações florestais busquem, uso
múltiplo de suas florestas,diminuir custos e perdas de matérias-primas, novos
nichos de mercado, agregar valor aos produtos e inovar em processos de gestão e
tecnologias, no plantio,colheita, transporte, industrialização e na
comercialização de seus produtos.
Inovação e sustentabilidade são
diferenciadores de mercado que deve ser devidamente tratado e considerado pelas
empresas, através do uso das melhores e mais eficientes tecnologias, visto
serem aspectos vez mais valorizados pela
sociedade.
A maior eficiência e abrangência dos
usos pela inovação tecnológica, no caso das florestas plantadas, pode ampliar
em muito os usos das madeiras, evitar desperdícios e, com isso,diminuir os
desmatamentos e, de modo particular, os impactos negativos sobre algumas
essências nativas mais demandadas, que acabam correndo o risco de entrarem na
lista de espécies ameaçadas de extinção.
Outro aspecto importante nesse
contexto é levar em conta que, no mercado madeireiro, a globalização da economia
também levou ao acirramento da concorrência. Com isso, a “sobrevivência” passou
a ser obrigatoriamente o objetivo maior de muitas empresas,em detrimento muitas
vezes da qualidade e durabilidade dos produtos e das enormes perdas de
matéria-prima que a falta de aplicação das melhores tecnologias do plantio à
industrialização acarretam.
Permanecer no mercado a qualquer
não pode ser a meta do empreendedor da área florestal no atual cenário mundial,
pois isso significa perder tanto nos aspectos socioeconômico, quanto ambientais.
O melhor caminho, então, é investir em
pesquisa& desenvolvimento e inovar os processos produtivos, o que
seguramente leva a retornos mais satisfatórios e garante mercado. Sendo o caminho natural para a ampliação dos negócios
florestais, tão logo a crise econômica mundial seja debelada.
O Brasil diante das condições naturais favoráveis de solo e clima
à silvicultura, pode ampliar sua área com
florestas plantadas, paras uprir tanto o mercado interno, quanto
externo, de forma competitiva e, ainda,ajudando a reduzir a pressão sobre as
florestas nativas. No entanto, é necessário que as metas do Programa Nacional
de Florestas (PNF) continuem sendo buscadas, com a ampliação de mecanismos
creditícios e fiscais, visto que isso é ajuda na manutenção do crescimento
econômico brasileiro e a participação do País no mercado mundial de madeiras e
derivados.
Estratégias para fortalecer o
setor e tornar os desafios, oportunidades para serem atingidas as metas
decrescimento do setor, passam por: conclusão da revisão do Código
Florestal,cujos fundamentos influenciam o ritmos dos plantios florestais e mesmo os negócios com florestas naturais;
criação de novos mecanismos de
financiamento para ampliação dos negócios florestais; efetivação
de uma Política florestal
nacional;adoção da inovação e responsabilidade socioambiental como compromisso empresarial;
e investimentos em infraestruturas que ajudem a logística dos produtos da
industria de base florestal.
Assim, conjugar as melhores técnicas
e práticas de plantio, colheita e transporte florestal com políticas públicas adequadas que levem
inovações a ocorrem cotidianamente no setor florestal, é criar condições para que
as demandas madeireiras sejam atendidas, os desmatamentos se reduzam e a
geração de empregos e renda cresçam no
setor florestal brasileiro.
Luiz Fernando Schettino
Artigo publicado na Revista Opiniões: http://florestal.revistaopinioes.com.br/revista/detalhes/19-do-plantio-ao-mercado/
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